Nesta data, quando comemoramos a Semana Mundial do Aleitamento Materno e damos início ao Agosto Dourado, mês dedicado à intensificação das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, pedi licença à Kelly e ao Márcio para escrever sobre o tema — para mim, mais que um trabalho, uma paixão. A cada casa onde adentro e a cada dupla mãe-bebê que auxilio eu tenho a possibilidade de mudar a história daquela família. É uma responsabilidade enorme, mas um prazer que me motiva nesses 11 anos de caminhada. Resolvi escrever este texto em função dos atendimentos realizados na última semana.
Embora a maioria das pessoas saibam que a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e complementado até 2 anos ou mais, muitas mulheres as quais desejam manter a amamentação prolongada são criticadas e desencorajadas por amigas, conhecidas ou até mesmo familiares. O que choca tanto as pessoas ao verem uma criança de dois anos mamando no peito da sua mãe? Peitos estão à mostra diariamente nos decotes, nas cenas sensuais das novelas e anualmente no carnaval, mesmo assim não percebo ninguém chocado, interpelando a colega e dizendo: “Um horror esse seu decote, hein!?” Mas já presenciei uma senhora criticando uma mãe e considerando um absurdo ela amamentar sua filha de dois anos e meio. Lamentável! A exposição do corpo feminino, nesse caso, contribui para que os objetivos principais do seio — nutrir e aconchegar — precisem ser justificados.
Segundo pesquisas, o leite materno, após o primeiro ano de vida, não é apenas uma “aguinha“ sem benefícios. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostram que, no segundo ano de vida, 500 ml de leite materno fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia de que uma criança precisa diariamente. Além disso, quanto mais tarde a criança entrar em contato com o leite de vaca, menor a probabilidade de ela apresentar reações alérgicas.
A verdade é que os benefícios de uma amamentação prolongada já estão descritos na literatura e nenhuma crítica infundada derrubará a convicção de que mulheres empoderadas possam amamentar seus filhos até o momento que desejarem. Cada mãe sabe o seu momento de desmamar e não cabe a nós a crítica ou a escolha. Cada uma deve escrever a sua história e nós devemos apoiá-las, pois são verdadeiras guerreiras, que, além de desempenharem todas as atividades diárias, ainda desejam oferecer esse líquido único, rico em nutrientes e anticorpos, que não pode ser replicado.
Dra. Jamila Vasquez
Enfermeira
Consultora em Amamentação - Leite Bom
Instagram: @leitebom_consultoria
Se você gostou deste post deixe um comentário! Compartilhe! Se tiver outras dúvidas ou dicas sobre assuntos que quiser ler por aqui, mande pra gente! Vamos adorar te responder!
QUER combinar o seu Ensaio de Família? Clica aqui -> WHATSAPP DA KELLY